sexta-feira, 6 de maio de 2011

EXCLUSIVO: ''O Pânico encaixa mulher muito bem, elas gostam de fazer aquilo'', diz Emílio Surita

Apresentador também revela que Zina, ex-parceiro de Sabrina, continua contratado

A rotina de Emílio Surita não é nada fácil. Há 8 anos no comando do Pânico na TV, programa que mudou a forma de ser fazer humor no Brasil, o apresentador se dedica integralmente ao ofício de fazer rir.

Ao receber a equipe do Contigo! Online, Emílio tinha acabado de gravar o programa de rádioPânico, que vai ao ar diariamente na Jovem Pan. Um dia antes, ele havia passado cerca de 12 horas em uma reunião de pauta com a equipe do Pânico na TV, que durou até 4h, e às 9h já estava na emissora de rádio, assim como boa parte do elenco do programa dominical da Rede TV!.

“Temos uma equipe que gosta muito do que faz, faz com o coração. A gente gosta das pessoas que fazem, é uma turma de amigo. É bacana você fazer as coisas e dar certo, dá muito mais prazer. Claro que tem cobrança, é uma TV comercial, tem que dar audiência. Mas acho que todo mundo que faz o Pânico gosta, ninguém fala, ‘ah, tem que fazer aquela merda’. Todo mundo faz com vontade”, conta Emílio Surita.


Renovação

No último Troféu Imprensa, do SBT, o Pânico na TV foi muito criticado por não se renovar e por estar passando por uma queda em sua audiência. “Eu não vi o Troféu Imprensa, porque a gente está no ar no horário. Mas enquanto estavam falando mal da gente, nós estávamos em primeiro lugar na audiência. Curiosamente o pessoal falou que o Pânico não dá mais audiência e a gente estava em primeiro e eles em quarto. O Alan [Rapp, diretor do programa] falou, ‘olha que engraçado, falando mal da gente e a gente em primeiro’”, disse Emílio Surita.

As mudanças dentro do Pânico na TV vão acontecendo conforme o andamento do programa, diferente de programas de humor convencionais, que estreiam novas temporadas com tudo fechadinho e formatado.

“O legal de fazer o Pânico é que ele é um programa onde a criação está em todos os níveis. Vou ter dar um exemplo. O ‘Ah, moleque’ [bordão do personagem Charles Henrique] nunca foi uma dança. Ele só fez o movimento de ‘Ah, moleque’ e o editor pegou aquilo e falou, ‘vamos colocar uma Cumbia’. O ‘Você, você, você’ foi a mesma coisa”, explica Emílio.

“O problema de grupos de humor é que o grupo tem que se renovar, não pode ficar sempre com as mesmas cabeças. A gente muda, cada ano entra novas pessoas, tem gente que sai. Muda redator, muda a maneira de você fazer. Não é humor clássico, tem coisa que nem é humor.”

Censura ao humor nacional

Recentemente um quadro do Comédia MTV apresentado por Marcelo Adnet foi duramente criticado nas redes sociais e por parte da imprensa. O quadro se chamava “Casa dos Autistas”, uma alusão a Casa dos Artistas, reality show feito pelo SBT.

“Você não pode tirar o espírito de porco das pessoas no momento que você vai descontrair. Pô, vai patrulhar o cara, patrulhar o Adnet, patrulhar o CQC. Eu não entendi isso”, reclama Emílio Surita. “Hoje em dia o humorista se sente muito patrulhado, e você tem que se adaptar a isso, piada assim não pode, piada assim vai ferir alguém, então é complicado. Você como humorista tem que arrumar um jeito de fazer isso. O humorista dribla o moralismo, ele sempre driblou a ditadura. Sempre arrumou um jeito de fazer piada. E cabe a nós, humoristas, o CQC, o Adnet, a arrumar um jeito de driblar isso, como fizeram na ditadura, no macarthismo no EUA.”

“O Pânico não é um programa pretensioso, vou fazer aqui um humor inteligente. Se tiver que por alguma inteligência vai entrar no andamento”, afirma Emílio Surita, que também não entende as constantes críticas ao Pânico na TV de explorar a sexualidade das Panicats. “Eu não vejo dessa maneira, de expor. O Pânicocumpre o horário que esta, ele cumpre direitinho o que está lá. Ele está classificado pra 14 anos, às 21h, tem as meninas que a gente adora, as Panicats. Não vejo por esse lado.Acho que é um programa que encaixa mulher muito bem, elas gostam de fazer aquilo, de coragem, voo de balão.”

Volta do Zina

Em 2009, o Pânico na TV descobriu durante uma matéria na porta do estádio do Pacaembu o guardador de carros Marcos da Silva Heredia, o Zina, que ficou famoso pelo bordão acidental “Ronaldo, brilha muito no Corinthians”.

Zina acabou sendo contratado pelo programa e começou a fazer matérias ao lado de Alfinete e Sabrina Sato. Mas após duas prisões, por porte de cocaína e a segunda, e mais grave, por porte de armas, ele acabou sendo afastado do Pânico.

“O Zina continua contratado. Quando o Zina foi preso por porte de arma eu estava de férias na Austrália. Ele recebeu toda a assistência. O Zina fica na casa dele enquanto responde esse processo, para não ficar um monte de gente em cima querendo aparecer em cima de um cara. Então a gente falou, ‘deixa ele lá, tá recebendo da RedeTV!, está de férias na casa da irmã dele. De vez em quando ele vem almoçar com a gente. O Zina é um cara legal, a gente adora o Zina.”

CQC x Pânico na TV

Quando entrou no ar, em 2008, o CQC foi apontado como programa rival do Pânico na TV, algo que não condiz com a realidade das suas equipes. “Eu gosto do CQC, gosto do Marcelo Tas, acho ele um cara muito bacana. Os moleques também são muito bons, gosto do Danilo Gentili.”

Fonte: Contigo